Diálogo sem palavras!

Por Rosane Luchtenberg

Bombinhas...uma vila que depressa cresceu outras culturas chegaram, muita coisa aconteceu desde que a emanciparam! Já foi comparada como uma moça bonita que perdeu a virgindade e tentamos há 18 anos que ela não perca a dignidade!
O tentamos, refiro-me a alguns nativos misturados com os de fora; que aqui chegaram, se aninharam , se apropriaram, se deliciaram, se emocionaram, brigaram, e continuam tentando e reclamando: como poderia , ou seria, ou melhoraria, ou se fizessem assim, ou porque não fazem, ou...no meu lugar era assim!
Já são muitos os que concretizam e fomentam! Precisam ser divulgados e apreciados.
Os que já se vivem ou ainda querem viver neste lugar, principalmente depois de uma temporada, geralmente passam por três estágios: sedução, depressão e a evolução!
Experiência própria e outros que comprovam essa teoria: para atingir a evolução a previsão é uns 10nos. Outra teoria é : cercar Bombinhas vira um Hospício, se cobrir vira Circo. Mas na volta deste oportuno laboratório humano, sacralizado como paraíso e cercado de água por todos os lados, existem memórias e pessoas que fazem! A pergunta é:
Quem são essas pessoas?
Ieda Maria Funari é uma delas: moradora há 20 anos nas Bombinhas!
No ultimo dia 23/11/10, a cidade de Guaramirim premiou a fotógrafa Ieda Maria Funari em 1° lugar categoria profissional com a foto do Rio Itapocu da região. Um Rio escuro, que no click e olhar da fotógrafa, se iluminou e se transformou em Memória. A população enxergou o Rio!
Assim, Ieda enxerga o que nós não enxergamos mais na nossa região. Que deita-se no chão pra focar primeiro a cerca de arame com a flor, depois a areia ainda branca... e as cores do mar. Mostra os detalhes de um barco ancorado, peixes nadando, garças visitando, nascer e pôr-do-sol, as rugas do pescador e versos de pão-por-deus.
Assim, por muito tempo Ieda retratou Bombinhas e Porto Belo. Como a foto é um diálogo sem palavras, não teve resposta. Então, começou a andar por outras paragens!
Atualmente segue a Rota das Cachoeiras em Corupá, a Rota dos imigrantes região de Blumenau, os concursos em Tijucas, onde já foi reconhecida em exposições e várias premiações, assim como fotos publicadas em catálogo na Bahia e Revista 4 Rodas.
Artista plástica de formação, sutil, dedicada e perfeccionista com sua arte, ainda prefere sua antiga Canon com filme de rolo “ diz não se importar se a cidade que mora não a reconhece, e nem com divulgação e prêmios, porque só fotografa aquilo que lhe bate” assim é Ieda Maria Funari!
Assim, somos muitos. Artistas, artesãos, produtores, cantores, músicos, pescadores, escritores e tantos outros atores da sabedoria popular ao erudito. Descubram-nos!

Fotógrafa Ieda Funari e Rosane Luchtenberg do Instituto Boimamão(23/11/10)


Foto: Rio Itapocu * de Ieda Funari. 1º lugar categoria profissional.
Concurso promovido pela Prefeitura Municipal de Guaramirim/SC.


Gente que faz, gente que muda, cresce e retorna...


Ocêis lembram da voz dela?
continua a mesma; mas seus cabelos mudaram!
mudou de lugar, de vida...mas não da habilidade criativa!
Olha a Mari ai gente! com a filha Ana Maria,que retorna sutilmente e virtualmente ao Instituto Boimamão, responsável pela ultima repaginada na divulgação do Engenho do Sertão.

Pão-Por-Deus

Herança Açoriana, brincadeira popular , aos poucos revividas por estas paragens.Nos meses de outubro e novembro, quando a flor do ipê florescia, enviavam aos amigos  um bolo na forma de coração, trocando pedidos versados em corações de papeis rendilhados, com mensagens de amor , amizade, solicitando algum feito ou mudança social na comunidade.
O Pão-por-Deus não tinha assinatura, quem o recebesse devia descobrir quem o enviou e atender o pedido.

Bazar na India ou em Porto Belo....


...o Bazar, originário do oriente, a fonte diz que surgiram nas rotas comercias de mercadorias estrangeiras e exóticas e ai começaram a discutir o sistema de trocas dentro das cidades e rapidamente tornaram-se áreas sociais, religiosas e onde os centros financeiros se estabeleceram..

Em Porto Belo é na esquina da Alda Tavares Matias; onde arte e artistas se encontram e trocam saberes. Coisa boa de cidade pequena é uma tarde no quintal!